EBITDA: O que significa e como calcular?

Janeiro 30, 2010

Muitos termos técnicos começam a fazer parte de nosso dia-a-dia a partir do momento em que decidimos mergulhar de cabeça no mundo dos investimentos. Conhecer de perto o que representam esses termos e siglas pode facilitar a avaliação de algumas empresas na difícil tarefa de encontrar bons fundamentos e negócios.

Um indicador financeiro bastante utilizado pelas empresas de capital aberto e pelos analistas de mercado é o chamado EBITDA, também conhecido como Lajida, cujo conceito ainda não é claro para muitas pessoas. A sigla corresponde a Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization, ou seja, Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização.

O EBITDA representa a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto a empresa gera de recursos apenas pelas suas atividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos financeiros e de impostos.   Por isso, alguns profissionais chamam o EBITDA de fluxo de caixa operacional. Difere do EBIT, conhecido como o lucro na atividade, no que se refere à depreciação e amortização. O EBITDA ganhou importância porque analisar apenas o resultado final da empresa (lucro ou prejuízo) muitas vezes não ilustra bem o potencial de desempenho em um dado período, já que frequentemente os dados finais são influenciados por fatores difíceis de serem mensurados.

Popularizada nos EUA dos anos 70, a análise pelo EBITDA é muito comum também por analistas brasileiros, especialmente aqueles voltados para o mercado de ações.

Como calcular o EBITDA?

Um primeiro passo é calcular o lucro operacional, que, de acordo com o critério utilizado no Brasil, é obtido com a subtração, a partir da receita líquida, do custo dos produtos vendidos (CPV), das despesas operacionais e das despesas financeiras líquidas (despesas menos receitas com juros e outros itens financeiros). Depois, basta somar ao lucro operacional os juros, a depreciação e amortização inclusas no CPV e nas despesas operacionais. Note que estas contas não representam saída de caixa. Por exemplo, a depreciação de um equipamento quantifica a perda de sua capacidade produtiva graças ao uso ou tempo, e, portanto, a perda de seu valor para a empresa. Essa perda não é financeira, já que não há desembolso efetivo de recursos no período.

Por que é interessante usar o EBITDA?

Segundo especialistas, o indicador pode ser utilizado na análise da origem dos resultados das empresas e, por eliminar os efeitos dos financiamentos e decisões contábeis, é capaz de medir com mais precisão a produtividade e a eficiência do negócio. E isso é essencial na hora de investir, especialmente se levado em conta o longo prazo. É muito comum o termo “margem EBITDA” ser usado no mercado. Desta forma, o percentual pode ser empregado para comparar as empresas quanto à eficiência dentro de um segmento. Mais interessante, a variação do indicador de um ano em relação a outro mostra aos investidores se uma empresa conseguiu ser mais eficiente ou aumentar sua produtividade. Por outro lado, como ressalva, vale lembrar que o EBITDA pode dar uma falsa idéia sobre a efetiva liquidez da empresa, de acordo com o consultor Carlos Alberto Zaffani. Além disso, ele ressalta que “o indicador não considera o montante de reinvestimento requerido (pela depreciação), fator especialmente crítico nas empresas que apresentam ativos operacionais de vida curta; o O EBITDA não considera as mudanças no capital de giro e, portanto, sobrevaloriza o fluxo de caixa em períodos de crescimento do capital de giro; além de nada apresentar sobre a qualidade dos lucros”.

Para ver um exemplo de cálculo de EBITDA e como ele influencia os resultados das empresas, leia o artigo “EBITDA – Virtudes e Defeitos”, de Carlos Alberto Zaffani. Por retratar o “operacional da empresa”, o EBITDA é utilizado como aferidor de desempenho na geração de recursos próprios decorrentes da atividade fim do negócio. Por isso, desconsidera em seus cálculos toda e qualquer receita ou despesa não decorrente da operação principal da empresa. Igualmente importante, ao desconsiderar os resultados financeiros, o EBITDA elimina, por exemplo, toda e qualquer dificuldade gerada em função de uma eventual desvalorização de moeda. As receitas oriundas de aplicações financeiras, assim como as despesas provenientes do aporte de recursos junto a terceiros não se vinculam ao objetivo principal do negócio, justificando, desta forma, a sua ausência no cálculo.

EBITDA como instrumento de análise

Segundo um estudo realizado pela professora Yumara Lúcia Vasconcelos, publicado em um artigo muito interessante denominado “EBITDA – Redescoberta do Potencial Informativo dos Indicadores Absolutos”, a leitura proporcionada pela análise do indicador apóia decisões diversas, como mudanças na política financeira da empresa, por exemplo. Ora, se o ingresso efetivo de recursos, no período considerado para análise, encontra-se em nível insatisfatório em relação à capacidade operacional de geração de caixa da empresa, a política financeira, por certo, precisará ser reformulada caso a liquidez efetiva da empresa esteja baixa.

Visualização do grau de cobertura das despesas financeiras: Os resultados operacionais cobrem as despesas financeiras? Qual o percentual de segurança, ou seja, qual a parcela mínima de receitas à vista para cobertura destas despesas?

Monitoramento de estratégias financeiras empreendidas: De que forma repercutiu a estratégia financeira adotada? Quanto maior o volume de recursos gerados na atividade da empresa, melhor a flexibilidade dos gestores para tomada de decisões pertinentes à aquisição e alocação de ativos, assim como sua liquidez será melhor, se em adequada sintonia de prazos. Pode ser utilizado como benchmark financeiro.

O analista não deve privar-se de avaliar a empresa de forma dinâmica comparando seus indicadores, estáticos ou absolutos, com medidas de empresas congêneres. Serve de base para avaliação de empresas, uma vez que evidencia a viabilidade dos negócios (termômetro de eficiência e produtividade). O EBITDA é a variável mestra em avaliações de empresa, uma vez que reflete o puro desempenho do empreendimento no segmento econômico. Existe uma tendência por parte dos analistas em recomendar negócios com empresas que apresentam EBITDA positivo, afinal, quanto maior a geração de recursos via operações da empresa, mais atrativo é o negócio, especialmente quando comparamos o indicador absoluto com o volume de investimentos operacionais. Vale lembrar ainda que o valor da empresa tem variado na razão direta de seu EBITDA. O assunto é extenso e muito interessante; por isso, vale a pena pesquisar a respeito e aprofundar mais os conhecimentos. Os negócios agradecem!

(Fonte: Ricardo Pereira e textos diversos coletados na web em janeiro de 2.010)


Jeffrey Immelt: o novo cérebro da GE.

Janeiro 11, 2010

*Por Alberto Freitas

Jeffrey Immelt, atual CEO da General Electric, destacou-se pela capacidade de superar altos e baixos nos negócios, durante o início turbulento do século XXI.

Eis a estratégia pessoal de Immelt para superar épocas difíceis (MAGEE, 2009):

  • Comprometer-se a aprender todos os dias (você precisa ter uma sede de conhecimento incrível).
  • Trabalhe arduamente com paixão (a competência e a energia solucionam a maioria dos problemas).
  • Dê às pessoas motivos para confiar (o mundo está mais seletivo hoje, e a confiança é um diferenciador).
  • Seja confiante (o mundo já tem céticos o suficiente, e o ceticismo é corrosivo; ele cria justificativas).

*Extraído de MAGEE, David. O novo cérebro da GE: os segredos de Jeffrey Immelt para manter a GE na liderança. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. Pág. 61.

Mais sobre Jeffrey Immelt em http://www.ge.com/company/leadership/ceo.html